Worldlog Semana 19 – 2009
Esta semana falarei mais sobre as alianças que podem formar ao começar um novo partido para os animais.
A semana passada recebemos representantes do partido para os animais espanhol que estão a tentar arranjar suficientes assinaturas para participar nas eleições europeias. Precisam de 50 assinaturas de membros dos municípios (de outros partidos!) ou 150.000 assinaturas de cidadãos.
Tudo isto reflecte que a política actual põe a maior quantidade possível de obstáculos para impedir a entrada de novos partidos políticos no parlamento.
Do que se devem dar conta ao começar um novo partido, é que praticamente todos os eleitores potenciais, candidatos, membros de direcções, etc, já fazem neste momento parte de outro partido político. Mesmo que estejam decepcionados sobre o seu próprio partido no que se refere aos direitos dos animais, sentirão como uma traição ao partido o facto de participar na criação dum novo partido político, do qual o sucesso não está garantido à partida.
Conosco passou-me o mesmo. Niko Koffeman, o fundador do nosso partido, que trabalhou como estratega na campanha do Partido Socialista (SP) da Holanda, ajudáva-nos no seu tempo livre, mas também (quando conseguimos lugares no parlamento) teve que engolir em seco ao abandonar o SP.
Nos países com exigências eleitorais muito altas as pessoas ainda vão ter mais dúvidas, porque o novo partido poderia ser a causa de que o “partido verde existente” não ultrapasse a barreira eleitoral por causa da participação do novo partido para os animais.
Isto teria como última consequência que tanto o partido verde já existente como o partido para os animais não alcançassem o mínimo eleitoral necessário, pelo que muita gente pensará que desta maneira as causas animais ainda sofreriam mais do que sem a participação dum partido para os animais. O argumento de que uma divisão impediria o sucesso.
Também as organizações de defensores dos animais, já com contactos na política actual, reagirão com cepticismo a inovações, entre outras razões, pelo já acima referido.
Veriam um novo partido para os animais como um concorrente na sua própria àrea de trabalho, teriam que partilhar doações dos mesmos protectores de animais, e a atenção publicitária poderia ser dividida.
Também a função de pressão ( não só na política já estabelecida mas também nas organizações governamentais) não seria bem recebida por todos.
Por tudo isto, não devem esperar muito de alianças ao início. A criação dum novo partido deve ser feita a partir dum grupo pequeno e unido de pessoas dispostas a remar contra a corrente. Sem apoio, e por vezes até com oposição das organizações de defesa animal e partidos políticos já existentes com os quais se tem em geral uma ligação ideológica.
Pensem que serão como uma lebre numa maratona, como Noah Bor na maratona de 2001 em Atenas. Ele começou a maratona como uma lebre, mas acabou como vencedor!
Para terminar, uma notícia sobre esta semana. Esta semana estarei em Nova Iorque numa conferência das Nações Unidas sobre o desenvolvimento sustentável. Provavelmente também será aí exibido o nosso filme Meat the Truth. Este filme terá a sua inauguração oficial a 17 de Maio, no final da Veggie Pride Parade de Nova Iorque, onde também eu falarei. Haverá duas exibições, uma às 17.00 horas e uma às 19.00, na ‘New York Film Academy’.
Se estiverem por lá, apareçam!
This week I want to tell you more about possible alliances when starting up a new party for the animals.
Last week we were paid a visit by representatives of the Spanish party for the animals which is trying to collect enough signatures to be able to contest the European elections. They require either 50 signatures from incumbent municipal councillors (from other political parties!) or 150,000 citizens’ signatures.
One thing we know for sure is that the political establishment throws up as many barriers as it can in the path of new parties aspiring to enter parliament.
When starting your new party, you must realise that everyone you hope to attract – potential voters, candidates, executive members – are all currently members of other political parties. Even if they are disappointed with their own party’s track record on animal rights, they are often hesitant to betray their own party by working to establish a new one whose future success in the political arena is anything but certain.
We experienced the same thing. Niko Koffeman, the deviser of the party worked as a campaign strategist for the Socialist Party (SP) in the Netherlands and, although he helped us in his free time, it was hard for him to bid the SP farewell once we had won seats.
In countries that have electoral thresholds, people will feel even more hesitant to get involved as the new party for the animals may, for example, hamper the country’s incumbent green party’s ability to achieve that all-important electoral threshold.
In the worst case, participation in the elections may result in neither the new party for the animals nor the incumbent green party achieving the threshold. In the aftermath, many people will reason that animals would actually be better off without a party for the animals contesting elections, their argument being that fragmentation is an obstacle to success.
Traditionally minded animal rights organisations, which have their own contacts within the political establishment, will also react nervously to new initiatives, in part for the reasons listed above.
They may view the new party for the animals as an unwelcome intruder on their own patch that will be competing for funds from the same sponsors and vying for its share of publicity.
The kick-in-the-pants brought about by the advent of the new party (not just for the political establishment but also for established Non-Governmental Organisations) will also not be appreciated by everyone.
You therefore should not expect too much initially from alliances. The birth of the new party will really be up to a small close-knit group of people willing to paddle against the current, without support and possibly even with the active opposition from those existing animal rights organisations and political parties with whom you feel a certain measure of affiliation.
Remember you are a hare running a marathon, rather like Noah Bor in the marathon of Athens in 2001. He started the marathon like a hare (pacesetter) but ended victorious!
Finally, some news for this week. I will be attending a United Nations conference in New York this week on sustainable development. Our film Meat the Truth may be screened at the conference. The film will be officially premiered on 17 May following the New York Veggie Pride Parade, where I will also be speaking. There will be two showings, the first at 5 pm and a second at 7 pm in the New York Film Academy
If you happen to be in New York, be sure to drop by!