Perguntas por escrito sobre o projeto de lei 156
Perguntas escritas pela Membro do Parlamento Esther Ouwehand ao Ministro do Comércio Exterior e Cooperação para o Desenvolvimento e ao Ministro de Relações Exteriores sobre a “Bill 156”, legislação Canadense que criminaliza o ato de tornar públicas más práticas na indústria animal, e sobre a morte da ativista pelos direitos animais Regan Russel.
- Podem confirmar-nos que nos últimos anos um grande número de ocorrências de abuso na indústria animal foram descobertas na província Canadense de Ontário, entre as quais arremessar pintos à morte, espancar e chutar porcos até que morram, matar perus a chutes, e deixar que visons com grandes feridas morram lentamente em suas jaulas?
- Qual é a sua opinião com relação a tais práticas?
- Podem confirmar-nos que estas práticas foram trazidas a público graças a denunciantes, ativistas pelos direitos dos animais e jornalistas investigativos, e que sem estes denunciantes, ativistas e jornalistas isto nunca teria sido revelado?
- Podem confirmar-nos que a província Canadense de Ontário, em resposta a isso, aprovou a “Bill 156”, uma nova lei que torna praticamente impossível que denunciantes, ativistas e jornalistas revelem estas práticas e que criminaliza a exposição das mesmas?
- Podem confirmar-nos que esta lei também restringe o direito de demonstração em abatedouros em Ontário?
- Podem confirmar-nos que várias associações de jornalistas Canadenses e organizações pelos direitos civis manifestaram sua oposição a esta lei, já que a mesma é uma violação das liberdades civis básicas, como o direito à liberdade de expressão?
- Podem confirmar-nos que em vários estados Americanos legislação similar foi considerada inconstitucional pelos tribunais tendo em vista leis como essa estarem em violação de direitos civis fundamentais?
- Podem dizer que concordam que as pessoas ao redor do mundo têm o direito de saber de onde vêm os seus alimentos, e especificamente de onde vêm os produtos de origem animal?
- Acreditam que esta lei possa ser conciliada com direitos e valores básicos, como o direito à liberdade de expressão, o direito de demonstração, a transparência com relação às origens dos alimentos e a liberdade de imprensa?
- Consideram adequado a uma liderança moderna que quando más práticas sejam reveladas, o governo não persiga tais práticas, mas os mensageiros das mesmas?
- Podem confirmar-nos que a ativista pelos direitos animais Canadense Regan Russel do Movimento Salve foi morta após ser atropelada por um caminhão que carregava porcos enquanto fazia uma demonstração pacífica em frente a um abatedouro alguns dias após a “Bill 156” ter sido aprovada?
- Podem confirmar-nos que a polícia Canadense iniciou uma investigação sobre a morte de Regan Russel?
- Conseguem entender que muitos ativistas pelos direitos animais Canadenses consideram a morte de Regan Russell como uma consequência do tratamento cada vez mais agressivo dado aos ativistas pelos direitos animais tanto pelo governo Canadense como pelos representantes Canadenses da indústria animal?
- Consideram que ativistas pacíficos, em qualquer lugar do mundo, merecem a proteção de seus governos e que um governo que falha em fazer isto deve ser confrontado sobre o assunto?
- Estão preparados e dispostos a monitorar o progresso da investigação sobre a morte de Regan Russel com o embaixador Canadense?
- Estão preparados e dispostos a discutir a forma sob a qual ativistas pelos direitos animais no Canadá são tratados e postos em perigo com seus correspondentes Canadenses e o embaixador Canadense?
- Podem confirmar-nos que o Canadá atenuou substancialmente sua própria legislação para limitar o tempo de transporte de animais vivos em 2016, em comparação com a legislação original de 2013, após o Canadá e a Comissão Européia assinarem o CETA em 2014? Se não puderem confirmar, podem nos explicar a situação?
- Podem confirmar-nos se a data proposta, já pouco ambiciosa, em que o alojamento coletivo de porcas se torna obrigatório no Canadá (1º de julho de 2024) é incerta a tal ponto que não podem comentar se esta data será cumprida ou não? Se não puderem confirmar, podem nos explicar a situação?
- Podem confirmar-nos que o Canadá praticou “lobby” para reduzir os padrões europeus para a admissão de carne bovina e suína no comitê CETA-SPS? Se não puderem confirmar, podem nos explicar a situação?
- Conseguem lembrar que em uma transmissão da Buitenhof em novembro de 2019, afirmaram que unirão forças com o Canadá no que diz respeito ao bem-estar animal e que se essa abordagem conjunta não funcionar com o Canadá, não funcionará com qualquer outra nação? (Buitenhof: um programa de entrevista político dos Países Baixos). Lembram-se de terem afirmado que o CETA levará a uma corrida ao topo, entre outros no campo do bem-estar animal? Acreditam que o Canadá, enquanto nação amiga, deixou de retribuir a sua confiança?
- Reconhecem que o Canadá, ao restringir os direitos de jornalistas e denunciantes de lidar com práticas abusivas na indústria animal, ao criminalizar jornalistas e denunciantes, ao restringir o direito de manifestação dos defensores dos direitos dos animais, tentando esconder o que quer que aconteça na indústria animal canadense a todos os custos, diluindo sua própria legislação sobre a redução dos tempos de transporte, deixando de levar a sério sua própria legislação sobre o alojamento em grupo de porcas e continuando a fazer “lobby” para a redução dos padrões europeus para carne bovina e suína desde a assinatura do CETA em 2014, não começou de forma alguma uma corrida ao topo no que diz respeito à indústria animal, mas sim uma corrida na outra direção?