Ajude a orga­ni­zação marroquina de bem-estar animal a impedir a matança de cães


10 Maio 2023

Um grande grupo de organizações marroquinas de bem-estar animal se uniu para impedir a matança de cães vadios em seu país e, com isso, proteger a saúde humana também. Em 2019, as autoridades marroquinas comprometeram-se a acabar com o abate de cães vadios e a investir no programa TNVR ( sigla em inglês para: Trap, Neuter, Vaccinate and Release - Capturar, Castrar, Vacinar e Soltar), que provou ser o método mais eficaz e ético para gerir a população de cães vadios. Mas, na prática, cães vadios ainda estão sendo brutalmente baleados, envenenados ou deixados para morrer de fome. As organizações de bem-estar animal agora pedem ação imediata do governo marroquino. Cidadãos de todo o mundo podem ajudar assinando a petição contra a matança de cães. Salima Kadaoui, presidente do SFT Animal Sanctuary em Tânger e uma das pessoas envolvidas na ação, enfatizou: “É importante tratar todos os seres vivos com cuidado, compaixão e humanidade. O mundo está nos observando. Vamos ser o país modelo.”

Mais e mais cidadãos e ativistas marroquinos estão a pedir por ação para proteger os cães vadios no Marrocos. Na internet, circulam vídeos e fotos mostrando cães vadios sendo envenenados, trancados e deixados sem comida e água, forçados a se alimentar da carne podre de outros cachorros. Os vídeos também mostram métodos violentos usados por diferentes empresas e organizações para resgatar cães vadios nas ruas. Há até relatos de cães e gatos queimados vivos.

Diferentes organizações de bem-estar animal no Marrocos vêm tentando mudar a situação há anos. “A matança de animais vadios está a causar danos consideráveis ao nosso país, ao seu atendimento turístico e à imagem de Marrocos como um país moderno. Essas matanças bárbaras são, além disso, totalmente ineficazes no controle da população canina e felina. Estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmam que qualquer redução na população canina ou felina por mortalidade é rapidamente compensada por uma melhor reprodução e uma melhor taxa de sobrevivência. Ou seja, quando cães são mortos em determinado território, a expectativa de vida dos sobreviventes aumenta, pois eles têm melhor acesso aos recursos. Trap, Neuter, Vaccinate and Release (TNVR) (caçar, castrar, vacinar e soltar) é o único método confiável e comprovado para proteger todos os cidadãos do Marrocos.”

Há alguns anos, as autoridades marroquinas reconhecem que é necessária uma abordagem diferente. O município de Tânger em 2017, por exemplo, disse que investiria em meios humanos e eficazes para controlar a população de animais vadios do município, trabalhando em conjunto com uma organização local experiente de bem-estar animal em um programa TNVR. O rei do Marrocos também expressou seu apoio a um tratamento humano para cães vadios. Mas há uma falta de implementação séria dessas promessas. Freqüentemente, a gestão da população errante é delegada a organizações e empresas não profissionais e inexperientes, o que leva à crueldade e ao gasto ineficaz de dinheiro. É por isso que as organizações marroquinas de bem-estar animal pedem ao governo marroquino que pare de cooperar com organizações e empresas não confiáveis e envolva organizações profissionais e experientes de bem-estar animal em todo o processo do programa TNVR.

A chamada é apoiada pela Animal Politics Foundation e pelo partido político neerlandês Partido para os Animais, representado no Parlamento neerlandês e europeu. Sua membra do Parlamento, Christine Teunissen, visitou o Marrocos em 2018 para apoiar ações de bem-estar e compaixão animal no país.

Visita do Partido para os Animais ao Santuário Animal SFT no Marrocos em 2018, com a deputada holandesa Christine Teunissen.

Um país mais seguro para os cães é um país mais seguro para os humanos: assine a petição
As organizações marroquinas de bem-estar animal pedem a todos que assinem a petição contra a matança de cães. Se a petição obtiver 50.000 assinaturas, a questão pode ser discutida no Parlamento marroquino. A razão não é apenas o bem-estar animal, mas também o bem-estar dos seres humanos. A captura e abate de animais vadios em todo o país, incluindo os já esterilizados, vacinados e identificados, constitui também nomeadamente um perigo para a saúde e bem-estar humano. O Marrocos tem lutado contra doenças zoonóticas como a raiva há anos, mas falha em erradicá-las, porque o governo há décadas usa o método ineficaz de matar animais de rua. Investir em vacinação, esterilização e devolução dos cães aos seus territórios ajudaria efetivamente a erradicar doenças como a raiva e proteger a saúde pública.

As organizações de bem-estar animal também apontam que as crianças que testemunham a captura e matança violenta de cães ficam traumatizadas com as cenas. Essas organizações pedem às autoridades marroquinas que respeitem o artigo 19 da Convenção das Nações Unidas sobre os direitos e proteção de crianças e membros vulneráveis da sociedade contra o impacto psicológico causado pela violência contra animais vadios.

“Parar com a violência sem dúvida contribuiria para desenvolver a empatia não só com os animais, mas também entre os próprios seres humanos. Contribuiria para uma sociedade mais justa, ética, inclusiva e que melhor protegesse a saúde física e mental de cada cidadão. Vamos enfrentar esse desafio juntos e iniciar uma mudança positiva. O Marrocos tem a capacidade e os meios para causar um impacto positivo na vida de nosso povo e animais”, concluem as organizações de bem-estar animal do país.

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