Avanço na proteção da natureza, oceanos, baleias e golfinhos
Na semana passada, o Parlamento Europeu votou a favor de ambiciosos planos para proteger e restaurar a natureza. Para aumentar a biodiversidade, proteger os oceanos e as florestas e reconhecer o ecocídio - a destruição ou dano em grande escala dos ecossistemas - como um crime internacional. Até 2030, 30% de todas as áreas terrestres e marítimas deverão ser protegidas, de acordo com o Parlamento. Um passo vital, diz a MEP Anja Hazekamp do Partido para os Animais dos Países Baixos: “Nada menos que 1 milhão de espécies estão ameaçadas de extinção.” Ela co-escreveu os planos e obteve sucesso ao pedir, entre outras coisas, a proteção das florestas primitivas contra extração de madeira para biomassa e a manutenção de uma proibição mundial da caça às baleias.
Os planos fazem parte de um relatório sobre a Estratégia Europeia de Biodiversidade. Este destaca que o desmatamento, as mudanças climáticas, a agricultura em grande escala e o comércio de animais selvagens representam uma ameaça não apenas para a biodiversidade, mas também para os humanos. "Podemos reduzir drasticamente o risco de pandemias, minimizando as atividades humanas prejudiciais. Prevenir uma pandemia custa 100 vezes menos do que combatê-la", diz a MEP Anja Hazekamp.
Curta de animação do artista britânico Steve Cutts sobre a relação entre o surgimento de pandemias e a perda da natureza e da biodiversidade por meio das atividades humanas
Reservas naturais e florestas
Para proteger a natureza, as atividades industriais nocivas e a construção de novas estradas e aeroportos dentro e nas proximidades das reservas naturais devem deixar de ser autorizadas, de acordo com a maioria dos deputados.
As atuais regras da UE em matéria de energias renováveis também devem ser revistas para se alinhar com os objetivos de conservação da natureza. Este apelo foi feito em parte por iniciativa de Hazekamp: "Nas atuais regras da UE as poucas florestas primitivas europeias que ainda existem são utilizadas como uma fábrica de pellets de madeira. O que é tudo menos sustentável; é desastroso para a biodiversidade e causa enormes emissões de CO2", diz Hazekamp.
Oceanos
Para melhor proteger nossos mares e oceanos, um terço dessas águas deve receber o status de proteção. "Este é um passo importante", afirma Hazekamp, que também é membro da Comissão de Pescas do Parlamento Europeu. "Se não fizermos nada, metade de todas as plantas marinhas e animais serão extintos em 2100. Nossas águas continuam a ser sobreexploradas e apenas cerca de 11% dos mares e oceanos da Europa estão atualmente protegidos. A pesca ainda é permitida na maioria dessas áreas 'protegidas', inclusive usando as técnicas de pesca mais nocivas".
De acordo com Hazekamp, o apelo à proibição da pesca em reservas naturais protegidas é, portanto, crucial. "É vital que comecemos a proteger verdadeiramente essas áreas protegidas. O que significa não pescar ou perfurar petróleo ou gás, mas sim deixar a natureza seguir seu curso para que possa se recuperar. Isso garante a recuperação do estoque de peixes, tanto dentro como fora das áreas protegidas".
Caça de baleias e golfinhos
A proposta do Partido para os Animais dos Países Baixos de manter a proibição global da caça comercial de baleias também recebeu apoio na votação em plenário. Além disso, o Parlamento apelou à Comissão Baleeira Internacional para que aja contra a caça comercial ilegal de baleias pela Noruega.
Um apelo às Ilhas Faroé para que acabem com a polêmica caça às baleias-piloto - a segunda maior espécie de golfinho - foi adotado por uma grande maioria também. O Parlamento Europeu ordenou aos 27 países da UE e à Comissão Europeia que continuem a exercer pressão sobre o arquipélago para eliminar a caça a estes grandes golfinhos.