Apelo urgente do Partido para os Animais na Europa: Tire o glifosato do mercado!
Este mês, a eurodeputada Anja Hazekamp, do Partido para os Animais dos Países Baixos, apresentou um apelo urgente à Comissão Europeia para proibir a toxina agrícola glifosato o mais rápido possível. Hazekamp apresentou seu recurso antes mesmo da estreia em Bruxelas do documentário Into the Weeds sobre as consequências desastrosas do glifosato para nossa saúde e meio ambiente e o processo vencido contra a Monsanto pelo ex-zelador Dewayne 'Lee' Johnson. Este ano, a União Européia decidirá se renova ou não a licença que aprova o uso dessa perigosa toxina agrícola.
Trailer do documentário Into the Weeds.
Apesar de todas as evidências de que o glifosato é perigoso para a saúde humana e animal e para o meio ambiente, ainda é a toxina agrícola mais utilizada no mundo – com consequências de longo alcance, como mostram as pesquisas e o documentário. Relatórios mostraram que 80% de todos os europeus têm glifosato na urina. Embora possa prejudicar a fertilidade e seja comprovadamente cancerígeno, ainda é amplamente utilizado como herbicida (i.e. em culturas das quais são produzidos cereais matinais).
O documentário Into the Weeds conta a história do ex-zelador na Califórnia Dewayne Lee Johnson, que desenvolveu câncer depois de trabalhar intensivamente com glifosato. Os juízes dos EUA decidiram em 2018 e 2020 que o câncer de Johnson foi realmente causado pelo glifosato. Eles também determinaram que a produtora de glifosato Monsanto (agora adquirida pela Bayer) era culpada de negligência ao comercializar um produto perigoso sem avisar as pessoas de que o glifosato poderia causar câncer. Johnson compareceu pessoalmente à estreia e pós-exibição de Into the Weeds em Bruxelas, junto com a cineasta Jennifer Baichwal.
“É chocante ver como Johnson ficou doente com essa toxina agrícola, e ele certamente não é o único. Quase 100.000 processos semelhantes foram abertos nos Estados Unidos, com a Monsanto pagando às vítimas um total de 11 bilhões de dólares em acordos”, confirma a eurodeputada do Partido para os Animais, Anja Hazekamp. “Estou preocupada com a saúde dos agricultores e moradores de áreas rurais que, como Johnson, entram em contato intensivo com o glifosato. O glifosato também pode ser encontrado em abundância em áreas não rurais – na nossa alimentação, por exemplo.” Para chamar a atenção para a onipresença da substância tóxica, um grupo de deputados já havia feito um exame de urina há vários anos. O glifosato foi detectado em todos os participantes – e até 17 vezes o padrão europeu para resíduos de glifosato na água potável.
Crucial
Em muitas áreas agrícolas, os campos ficam alaranjados na primavera depois de serem pulverizados com o herbicida glifosato.
Os próximos meses serão cruciais, de acordo com Anja Hazekamp. “Antes do final deste ano, a Comissão Europeia tomará uma decisão de longo prazo sobre o glifosato. Espero que a Comissão Europeia tome nota dos factos apresentados neste documentário e apresente um apelo urgente ao Comissário Europeu para banir esta perigosa toxina agrícola da nossa alimentação, do ambiente e dos nossos arredores o mais rapidamente possível.”
A atual licença da UE para o glifosato vai até 15 de dezembro de 2023, embora na verdade tenha expirado em 2022. Uma resolução já havia sido aprovada pelo Parlamento Europeu em 2017 pedindo à Comissão Europeia que banisse completamente o glifosato em cinco anos. No entanto, como seria necessário mais tempo para concluir a avaliação de risco europeia, a Comissão Europeia estendeu esta licença por mais um ano em dezembro passado. O Partido para os Animais sempre se opôs a renovações e novas aprovações de glifosato e outras toxinas perigosas, e continuará a fazê-lo enquanto for necessário.