Proibição de fábricas de filhotes na Austrália graças ao empenho do Animal Justice Party
Na semana passada, a Câmara Alta (Senado) do estado de New South Wales aprovou um projeto de lei proposto pelo partido australiano Animal Justice Party (Partido da Justiça Animal - tradução livre) para banir fábricas de filhotes caninos. Este é um grande avanço para os mais de cem mil filhotes “produzidos” em fazendas intensivas de criação todos os anos – e para suas mães. “As fazendas de filhotes são fazendas de criação intensiva para a ‘indústria de animais de estimação'”, disse Emma Hurst, parlamentar do Animal Justice Party em New South Wales e proponente do projeto de lei. “Vamos acabar com isso – marque minhas palavras!”
Atualmente, existem cerca de 200 fábricas de filhotes – fazendas de criação de cães em grande escala – apenas no estado de New South Wales, criando coletivamente cerca de 103.000 filhotes por ano para venda em pet shops e sites. Embora os amantes de animais geralmente presumam que o filhote que estão a comprar foi criado por um criador pequeno e atencioso, as práticas empregadas pelas fazendas de filhotes em grande escala são, na verdade, cruéis e antiéticas. Houve inúmeras investigações – na Austrália e em outros lugares – que trouxeram à tona grandes abusos em fábricas de filhotes.
As cadelas-mães pertencentes a essas fazendas são mantidas em pequenos cercados, sem luz solar ou conforto, interação social ou companhia, e são forçadas a carregar uma ninhada de filhotes após a outra – até que se torne fisicamente impossível para elas continuarem. Muitas dessas cachorras sofrem de infecções oculares e auditivas, doenças de pele, tumores e problemas no quadril. Freqüentemente, são negados cuidados adequados e, às vezes, não recebem comida ou água potável suficientes.
O Animal Justice Party está a expor esses abusos em toda a Austrália. Em Victoria, Austrália Ocidental e agora em New South Wales, foi adotado um projeto de lei proposto por este partido para interromper a criação intensiva de cães e regular a criação e venda de filhotes. O projeto de lei restringe o número de cães que uma pessoa pode manter, limita o número de ninhadas que uma cadela pode carregar e impõe uma obrigação de registro aos criadores.
Movimento de crescimento e de sucessos para os animais na Austrália
O sucesso alcançado pelo Animal Justice Party em relação a este projeto de lei é o mais recente de uma série de vitórias para o bem-estar animal recentemente conquistadas pelo partido. Graças a este partido, as pessoas condenadas por maus-tratos a animais serão proibidas de qualquer forma de trabalho que envolva qualquer tipo de animais. Além disso, a crueldade animal será punida com mais severidade, os cuidados médicos para animais de estimação se tornarão acessíveis para todos no estado de Victoria e o partido acabou com a criação de golfinhos, baleias e botos para fins de entretenimento em quase todos os estados.
Consequentemente, o Animal Justice Party cresceu significativamente após as eleições federais realizadas na primavera passada. Além disso, nas vésperas das eleições, o partido conseguiu exercer uma influência significativa na política nacional do governo em exercício sobre os animais e a natureza. As expectativas são, portanto, altas para as próximas eleições estaduais em Victoria, em 26 de novembro, onde o Animal Justice Party está mais uma vez a posicionar a proteção de animais de estimação, animais selvagens, natureza e planeta no topo da agenda política.
Pare as fábricas de filhotes, em todo o mundo!
Os partidos de direitos dos animais na Irlanda e no Reino Unido também estão a pressionar para acabar com o comércio ilegal internacional de filhotes de criadores sem princípios. No Reino Unido, o Animal Welfare Party ficou extremamente satisfeito com a nova legislação nesta área como um importante primeiro passo para proibir práticas cruéis na criação de filhotes e defende novas medidas para combater maus-tratos, negligência e descarte de animais de estimação.
Nos Países Baixos – país em que o comércio de cães é considerado o negócio ilegal mais lucrativo depois do narcotráfico – o Partido para os Animais Neerlandês apresentou questões parlamentares sobre o controverso comércio online de cachorros e pede medidas mais duras e obrigatórias para acabar com as práticas abusivas na criação de cães. No Parlamento Europeu, a eurodeputada Anja Hazekamp, do Partido para os Animais, apresentou com sucesso propostas para combater o comércio ilegal de cães na Europa.
Enquanto isso, organizações de bem-estar animal, como Four Paws (Quatro Patas) e House of Animals (Casa dos Animais), também têm lutado incansavelmente para expor as fazendas ilegais de criação de filhotes e levá-las à justiça - e foram recompensadas com sucesso: recentemente, uma fábrica de filhotes neerlandesa com 400 cães foi forçada a encerrar suas atividades pelos tribunais do país. A Bundesverband Tierschutz
alemã e outras organizações apresentaram esta petição à Comissão Europeia e ao Parlamento Europeu para acabar com o comércio ilegal – de acordo com a pesquisa da UE – são 50.000 cachorros por mês (!) na Europa. Assine também!